O termo palanca é uma designação comum aos antílopes do gênero Hippotragus, originários da África.
A palanca-negra (Hippotragus niger) é uma espécie de palanca originária de Angola, único país no mundo que possui este animal. Tais animais possuem uma pelagem inteiramente negra, com exceção do focinho e da barriga, que são brancos. Também são conhecidos pelos nomes de palanca-negra, pala-pala e palave.
Habitat
A Palanca vive na savana Africana, desde o Sudeste do Quénia, Este da Tânzania e Moçambique, até Angola e Sul do Zaire. Este animal é característico principalmente da savana tipo "miombo", onde se mistura floresta com capim de enorme variedade.
Caracterização
A Palanca é um dos animais emblemáticos de África, Existe dimorfismo sexual entre os sexos. Os machos são negros e com cornos maiores e mais curvados (80-165 cm) e as fêmeas acastanhadas e com cornos menos desenvolvidos (60-100 cm). As diferenças entre as sub-espécies estão no desenho da máscara facial e nos cornos.
A fêmea tem um período de gestação de 9 meses, com um nascimento por parto, podendo viver até aos 15-20 anos. São animais gregários e podem ser encontrados em manadas de 100 indivíduos.
Curiosidades
A palanca negra gigante (Hippotragus níger variani), foi redescoberta em 2005, sem que durante 20 anos tivesse havido qualquer prova da sua existência.
A palavra Hippotragus deriva da aglutinação dos termos gregos latinizadas "hippo" (que significa cavalo) e tragus (que significa bode ou antílope). Não obstante nada ter a ver com qualquer perissodáctilo (familia dos cavalos), este antílope possui uma cauda longa e cheia, uma crimeira erecta, orelhas longas e ponteagudas, e um pescoço largo e quase vertical, que recordam, efectivamente, o perfil de um equídeo.
Os cornos de palanca-negra eram utilizados como ornamento decorativo. Extraordinariamente longos e robustos, chegam a atingir mais de um metro e meio de comprimento, formando, cada um, uma semi-circunferência pela sua curvatura. Partes desta palanca angolana são trazidas para a Europa desde a primeira década de 1900, tão magnífico é este ruminante.
As já referidas populações de Hippotragus niger agrupam-se em quatro subespécies hoje reconhecidas: a palanca-negra de Kirk ou palanca-negra da Zâmbia (H. n. kirkii), a palanca-negra-comum ou palanca-negra do Sul(H. n. niger), a palanca-negra de Roosevelt ou palanca-negra de Leste(H. n. roosevelti) e a nossa palanca-negra-gigante ou palanca-negra de Angola (H. n. variani).
Em todas as subespécies, o macho adulto é preto (de ventre branco), donde o epíteto específico “niger” (= “negro”, em latim). É apenas na subespécie típica (Hippotragus niger niger) que as fêmeas também atingem a cor negra na maturidade, mantendo, nas restantes subespécies, a cor avermelhada da fase juvenil.
Por outro lado, é comum a todas as subespécies o regime alimentar baseado em ervas e rebentos de lenhosas, e a organização social, sendo que as fêmeas formam manadas de liderança matriarcal, onde também se incluem os machos subadultos, e os machos adultos dominam territórios com cerca de 4 a 9 ha, ou constituem grupos de machos “solteiros”.
Como seria de esperar, o soberbo hipotragíneo que é a palanca-real acabou por ser alvo de chacina por parte do Homem, mais que não fosse para troféu coroado de chifres anelados e inigualavelmente gigantes e magestosos (donde os nomes vulgares portugueses “palanca-real” e “palanca-gigante”). Não há assim tanto tempo que os colonos portugueses da região se gabavam de matar pelo menos 200 destes antílopes-negros por semana, para alimentarem os seus trabalhadores. Como consequência, actualmente não sobrevivem mais de 1000 exemplares de Hippotragus niger ssp. variani, distribuídos pela “Luando Reserve” e pelo “Kangandala National Park”, em Angola, país do qual este famoso mamífero se tornou símbolo nacional.
Filo: | |
H. niger |